segunda-feira, 19 de março de 2007

O casamento-A boda e os primeiros tempos

(O palácio de Belém)

O casamento real aconteceu no dia 22 de Maio de 1886 na igreja de S.Domingos em Lisboa.

Constando do programa uma série de recepções no paço, jantares e bailes de corte, récitas de gala nos teatros, tourada á "antiga portuguesa" na praça do Campo de Santana (foi inaugurada em 31 de Julho de 1831), duas corridas de cavalos no hipódromo de Belém, uma quermesse no Jardim Zoológico e um sarau no Real Ginásio Clube Português, etc.

D. Amélia e o seu séquito composto por 57 pessoas, havia chegado a Portugal dois dias antes à estação de Santa Apolónia, ficando depois hospedados no paço das Necessidades.

Muita gente da província, veio a Lisboa para assistir ao casamento real, mas o povo poucas vezes teve oportunidade de ver o casal, exceptuando a passagem dos coches pela ruas de Lisboa.

A única cerimónia ao ar livre foi uma parada militar no dia 25 de Maio.

Só a selecta assistência no teatro S.Carlos pode ver a princesa D.Amélia de perto, no dia em que se ouviram o primeiro acto da ópera Semiramis e dois actos da Aida de Verdi, ou a que esteve presente no baile de gala no dia 28 do mesmo mês.

Como quase sempre em Portugal, o aspecto financeiro é um factor importante, sobretudo quando se vive com dificuldades o que era manifestamente o caso, tanto assim que D.Luís havia considerado a hipótese de adiar o casamento, devido ao aperto financeiro existente, pois o parlamento havia disponibilizado menos dinheiro do que o havia concedido para o casamento de D.Luís, a quantia de 107 contos.

Os jovens príncipes foram viver para o palácio de Belém, em frente ao Tejo, construído por D.João V na primeira metade do século XVII e que servia até essa altura para hospedar visitantes a Lisboa.

Aqui nasceram os seus filhos, D. Luís Filipe e D. Manuel II , que foram baptizados na capela palatina, bem como um parto prematuro de uma infanta de nome Maria, que não sobreviveu.

A vida "modesta" a que foram obrigados a viver com um magro orçamento de 40 contos anuais, não impediram que uma "obrinhas" em casa tenham sido feitas, contratando os grandes pintores da época como Columbano Bordalo Pinheiro e José Malhoa para decorar algumas salas.


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