sábado, 23 de fevereiro de 2008

Acontecimentos no ano de 1899

A remodelação governamental ocorrida no ano anterior, não trouxera nada de novo, não mais do que uma nova atitude "eventualmente" mais liberal no facto dos novos ministros, até aos contínuos apertarem as mãos.

O certo é que, a partir da primavera deste ano o câmbio da moeda melhorou, graças a factores externos, como a melhoria da situação no Brasil que permitiu a chegada da novas remessas de emigrantes.

Uma epidemia de peste bubónica no Porto, com eventual origem em Bombaim, ocorrida entre Junho e Setembro de 1899,porém, trouxe nova crise nas relações, entre governo e oposição.

Com efeito o governo procurou atenuar os efeitos da peste , montando um cordão sanitário em volta da cidade, por proposta do médico Ricardo Jorge.

As medidas impostas embora necessárias, foram consideradas prejudiciais para a economia da cidade, pela câmara municipal.

Aproveitando esse descontentamento popular e com o apoio explícito dos Regeneradores, fora da esfera do governo nesse momento, nas eleições que irão ocorrer em 26 de Novembro deste ano, conseguirão os Republicanos eleger 3 deputados,(Afonso Costa, Paulo Falcão e Xavier Esteves), que ficarão conhecidos pelos "deputados da peste"

Muito embora o partido Progressista de José Luciano, no governo, tenha obtido a maioria, arrastou também alguns anti-corpos para além dos deputados da peste, como o caso dum deputado por Setúbal, Henrique Burnay, que acusara o governo de falta de seriedade nas contas.


  • Março-Estreia do Teatro São Carlos da ópera A Serrana de Alfredo Keil
A ópera de Alfredo Keil que mais tempo perdurou no tempo foi sem dúvida “Serrana”, a primeira com libreto em português, inspirada num romance de Camilo Castelo Branco, composta entre 1895 e 1899 e estreada com sucesso no Teatro São Carlos, em Março de 1899. É a sua peça musical mais conhecida, exceptuando “A Portuguesa”, e, no século passado, foi levada à cena mais onze vezes.

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  • Março-Morte de António de Serpa líder dos Regeneradores
Com a morte de António Serpa, em Março, os regeneradores passam a ser formalmente chefiados por Hintze Ribeiro. Numa altura em que brilham parlamentarmente João Franco, João Arroio e Abel de Andrade, chegando este último a destacar-se por ter enfrentado o ministro progressista José de Alpoim num duelo.

(Retirado do blog do Prof.Adelino Maltez ver mais clicando aqui)

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  • Abril,19-Nasce em Loulé, Duarte Pacheco que vira a ser ministro das Obras Públicas do Estado Novo.
Em 1923 forma-se em Engenharia Electrotécnica pelo Instituto Superior Técnico (I.S.T.) de Lisboa, onde se torna professor ordinário e director interino em 1926. A 10 de Agosto de 1927, torna-se seu director efectivo.

No ano de 1928, sob a orientação de Duarte Pacheco, dá-se início à construção dos edifícios do Instituto Superior Técnico (I.S.T.) de Lisboa, construindo-se aquele que viria a ser o primeiro Campus Universitário português. Existe uma história curiosa quanto à origem dos vidros do edifício do Instituto. Diz-se que foram enviados por diversas indústrias vidreiras como amostras solicitadas pelo próprio Ministro, a fim de determinar o de melhor qualidade, sendo utilizadas nas janelas do edifício sem se terem informado as indústrias solicitadas e sem ter havido nenhum tipo de remuneração dos vidros usados.

Nesse mesmo ano, Duarte Pacheco torna-se presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sendo mais tarde convidado para ministro do Governo, passando a ocupar a pasta de Ministro da Instrução Pública.

Mais tarde, abandona as funções ministeriais e regressa ao I.S.T., onde permanece até 1932, altura em que volta a ser convidado por Salazar, que admirava o seu carácter, para o Governo, assumindo agora a pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações.

Em 1936, com uma reforma da corporação política, Duarte Pacheco é afastado do Governo, regressando ao I.S.T.. No dia 1 de Janeiro de 1938 assume a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, para, pouco tempo depois, voltar a ser nomeado Ministro das Obras Públicas e Comunicações.

Morre no Hospital da Misericórdia de Setúbal, a 16 de Novembro de 1943, na sequência de um acidente de automóvel, ocorrido na véspera na estrada de Montemor-o-Novo, Vendas Novas, perto das instalações da Marconi.

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  • Julho,26-Lei de proteção a agricultura (conhecida como a 'Lei da Fome')
Surge a lei do trigo de Elvino de Brito, marcada pelo princípio do proteccionismo, onde se prevê um processo de tabelamento dos preços do pão. Em nome da defesa da produção agrícola nacional, o pão aumenta cerca de 40%, pelo que os detractores do diploma lhe vão chamar a lei da fome (14 de Julho). Segundo um estudo de Albino Vieira da Rocha, de 1913, a lei não beneficia o consumidor (os preços sobem) nem o trabalhador agrícola (os salários baixam), mas apenas o proprietário e o rendeiro a longo prazo.

Retirado do blog do Prof.Adelino Maltez ver mais clicando
aqui.
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