terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Os últimos tempos do reinado(II)

Sabe-se que os últimos anos do reinado, começaram a ser planeados a partir dum encontro entre João Chagas um famoso jornalista Republicano e o um dos chefes dos Dissidentes o visconde da Ribeira Brava, num coreto na Av.da Liberdade, na noite de 10 de Junho de 1907, que depressa estendeu a rede a outras personagens influentes, como Afonso Costa, Alexandre Braga, França Borges, oficiais do exército alguns outros Dissidentes como José Alpoim e Egas Moniz (o futuro prémio Nobel). também Regeneradores como António Maria da Silva.

Havia muita gente envolvida, embora nem todos especialmente os Dissidentes, quisessem envolver-se em atitudes violentas, mas se encarregaram de arranjar dinheiro e armas, enquanto os outros se comprometiam a arranjar pessoas.

Formaram-se então dois comités o "civil" fazia parte António José de Almeida,Afonso Costa e João Chagas e do "militar", Cândido dos Reis,Freitas Branco,Carlos da Maia, entre outro, envolvendo-se militares de todos os ramos das forças armadas.

Com seria normal, nem todos as pessoas subscreviam o mesmo programa de acção, uns mais radicais pugnavam, por apertar os gorgomilhos ao Rei, para outros menos extremistas, não se chegaria a tanto, mas apenas forçar o Rei a assumir um papel que no mínimo, passaria pelo exclusão de João Franco e o restabelecimento da democracia.

De qualquer forma uns e outros, debatiam-se, com a questão mais importante, como defrontar as forças armadas ?, sem as quais havia a noção que nada poderia ser levado a cabo.

O passo seguinte, foi o de tentar aliciar militares para o movimento, o que foram progressivamente conseguindo a partir o momento em que começaram a arregimentar praças e marinheiros, em vez de oficiais.

O número foi-se alargando, mas ao mesmo tempo ganhava força a ideia mais radical do movimento e começa a avolumar-se a ideia que seria forçoso alguém morrer, para que houvesse a revolução que se pretendia.

Estava evidenciado, que quanto mais "popular" o projecto se desenhava, maior o seu radicalismo crescia, aí está, o reflexo do que no post anterior quis dizer, quanto ao facto do desprezo com que D.Carlos encarava os anarquistas, só se justificou enquanto, por detrás não surgisse um mínimo de capacidade organizativa em número de pessoas e em qualidade.


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